quarta-feira, 22 de junho de 2011



Hoje, a vi implorando por um copo, mais uma vez.
Ela não sabe, mas eu a observo, secretamente; Ela não sabe, mas eu rezo por ela o tempo todo. Sombras escuras arrodeiam seu corpo, mas ela não as vê.
Então, sua essência é roubada mais uma vez.
Mais um copo e ela já perdeu as contas de quantas doses já bebeu. Tudo gira, e então, ela consegue sorrir, mas a dor a corrói por dentro, toda a mágoa vem a tona, e ela ingere ainda mais a bebida comprada. Caída, no canto da calçada, ela chora amargamente, mas nem se lembra mais do motivo de suas lágrimas... Mas eu lembro.
Ela não sabe, mas eu a amo, e a considero uma irmã.
Seus pensamentos não mais a ela pertencem, e suas lágrimas, agora, rasgam como lâminas. 
O dia amanhece, e ela decide parar de consumir álcool. Se segura nessa promessa, mas o vício já esta nela; Então, no próximo fim de semana, ela se encontra no meio de garrafas passando por tudo outra vez.
Ela não sabe, mas está estragando seu futuro; Ela não lembra, mas fui eu, inocentemente que a levei para esse caminho; Ela não percebe, mas me sinto culpada, e cada copo é um reflexo em mim.
Todos os velhos amigos vão se afastando, mas ela não nota, está provando novos sabores. Todos que um dia a amaram, hoje a criticam por seu sofrimento. Mas eu a entendo.
Então ela cai. Ela entrega sua alma para absoluta solidão e desmorona.
Procura por amigos, mas ninguém mais está ao seu lado, pois os únicos amigos verdadeiros se foram, e os parceiros de bebida, só queriam alimentar seu vício.
Ela sofre, ela chora, ela se machuca para ver se ainda sente. Ela pensa que está sozinha, mas se esquece de mim.
Mas eu continuo discretamente ao seu lado, a observando; Eu continuo aqui, secretamente a apoiando; Eu continuo aqui, simplesmente me importando!

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