quarta-feira, 22 de junho de 2011



Oh não! Estou fugindo para um lugar calmo, mais uma vez. Não consegui aguentar, de novo! Em qualquer lugar, longe de todos, é perfeito para esse momento. O vento é gelado, e as folhas continuam caindo, uma por uma, até o fim, estão todas destinadas a desmoronar. 
É simples fechar os olhos e acreditar no surreal, o difícil é acreditar na realidade.
Podemos voltar no tempo? Uns 13 anos atrás... Por favor?
Doce infância. Por que foste embora?
Quero de volta tudo que o tempo me tomou... Minha alegria, toda a emoção, todas as brincadeiras, toda fé, toda inocência, toda esperança. 
Eu sinto falta das tempestades, na cama dos meus pais, procurando proteção; De gritar quando tenho um pesadelo; De chorar e ser consolada quando alguém me magoa; De receber beijos de boa noite da minha mãe. Sinto falta da amizade dos meus primos, e de todo mimo da minha avó. Sinto falta dos meus longos cabelos cacheados, e da minha obsessão por rosa. Sinto falta da minha bisavó, que o tempo levou; De todas as amizades que um dia abandonei. Sinto falta do certo, sinto falta de acordar cedo apenas para assistir desenho, sinto falta da sensação de paz, sinto falta da verdade. Sinto falta da emoção do Natal, da ansiedade de ir a praia, do frio na barriga nas decidas da montanha russa, das tentativas de ficar acordada para ver o Papai Noel ou o Coelhinho da Páscoa. Sinto falta de um tempo só meu, de quando minha maior preocupação era ter que tomar banho no frio, sinto falta dos sucos de laranja do meu pai, do mingau da minha mãe, do leite com Nescau da minha irmã, de quando bebida não fazia sentido, de quando a escola era minha atividade preferida. Sinto falta da natação, sinto falta das rouges, Sandy & Junior e Chiquititas. Sinto falta dos limites, das festinhas de aniversário, das notas boas na escola, de ser o bebê da família. Sinto falta de não saber como beijar ou fazer sexo. Sinto falta de brincar de barbie, de não ter celular, de dormir cedo, de dançar, de tomar banho de chuva, de brincar no parquinho, de ir no posto tomar a "gotinha" e depois ganhar mumu. Sinto falta de chorar pouco, sonhar muito e acreditar sempre.
São coisas que marcam, que nunca nos abandonarão.
Queria poder jogar fora toda essa tristeza que me aperta por dentro, todo arrependimento, todas as experiencias ruins, todas as provas zeradas, todas as bobagens, todo o desespero, todas as lagrimas, todos históricos do msn, todas as cicatrizes do coração, toda melancolia, todas as brigas, todos os gritos, todo medo, todos os beijos, toda a raiva, todas as mentiras... Toda a dor.
Aos poucos, percebo que as lembranças se desprendem, com facilidade, de mim. Queria poder reviver tudo, mas só resta o passado.
Lentamente, vou abrindo meus olhos, e a única coisa que mudou, é que a tristeza aumentou de um jeito monstruoso. Mas esta na hora de ir...
Me levanto e caminho sozinha em direção ao lugar onde dizem ser minha casa. Onde há brigas, problemas e muita, muita realidade.
Bem... lá vou eu de novo.

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